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Usa a bússola das finanças pessoais e não te percas!

Imagina que, por algum motivo, te perdeste numa qualquer floresta por esse mundo fora. Tens uma (muito) vaga noção de onde estás, mas sabes claramente para onde queres ir. Como não queres "assaltado" por três lenhadores e um urso, pões a uso as tuas aulas de geografia do 5º ano e com um mapa à frente, percebes em que direção está a cidade mais próxima.

 

Nota: a questão dos "três lenhadores e um urso" é uma referência ao fantástico sketch "A minha vida dava um filme indiano" dos primórdios do Gato Fedorento. Para veres ou reveres, fica aqui o link.

 

Agora que sabes mais ou menos onde estás mas sabes claramente para onde queres ir, como vais saber a direção certa? Sim, podes ir "navegando à vista" feito Vasco da Gama do século XXI, mas uma bússola vai ajudar-te bastante melhor, certo? Com muito mais rigor vai apontar a direção que tens de tomar para atingir o teu objetivo e chegar à tal cidade.


As finanças pessoais, principalmente para quem está a começar, funcionam exatamente da mesma forma. Quando decides começar a tomar conta das tuas finanças, terás provavelmente uma noção aproximada da tua situação atual mas terás uma visão bastante mais clara de onde queres chegar: liquidar dívidas, atingir a independência financeira, ser milionário, ou qualquer outra coisa. Tal como a bússola te vai indicar o ponto cardeal certo para que consigas sair da floresta, também as finanças pessoais têm quatro "pontos cardeais" que te vão ajudar a definir o caminho que deves tomar e que deves dominar por completo antes de tomar qualquer decisão de começar a andar. Se não perceberes o que são e como funcionam, corres o risco de escolher o caminho errado para o teu caminho e, com isso, ficarás cada vez mais longe do teu objetivo final. Vamos então ver quais são:


Rendimentos


Os rendimentos representam todo o dinheiro que recebes e que entra na tua conta bancária de forma mais ou menos regularmente. Estes rendimentos podem ser de dois tipos:

  • Rendimento ativo - Aquele que exige o teu tempo para que o rendimento aconteça. Neste grupo enquadramos, principalmente, o teu trabalho habitual mas também qualquer projeto ou hobby que tenhas e que traz algum rendimento adicional. Pensa sempre nesta dinâmica: se eu preciso de investir tempo então o rendimento é ativo.

  • Rendimento passivo - Aquele que acontece com muito pouco ou nenhum investimento de tempo. Aqui enquadram-se coisas como rendas de imóveis, rendimentos de investimentos, etc. Todo aquele rendimento que tu recebes mesmo que não faças nada (ou quase) enquadra-se aqui.

Acabaste de ler isto e percebes que o rendimento passivo tem muito interesse e que "ganhar dinheiro sem fazer nada" é o sonho de qualquer pessoa? Então começa a construí-lo, gradualmente e não tenhas medo de, no início, este rendimento ser de cêntimos. Nem que consigas um café "grátis" todos os meses, já estás melhor do que antes e no caminho certo. Sê paciente e persistente e os resultados vão aparecer :).


Despesas


As despesas são o que nos consome o rendimento e fazem parte da nossa vida. Elas podem ser mais ou menos importantes mas continuam a existir. É importante que tenhas uma clara noção de onde gastas o teu dinheiro e dividir essas despesas em 2 categorias muito claras: necessidades e desejos, que explico abaixo:

  • Necessidades - Todas aquelas despesas essenciais para o teu dia a dia e das quais não podes prescindir. Enquadram-se aqui coisas como renda/prestação de casa, contas de água e luz ou as compras do supermercado. Pensa nestas despesas como aquelas que até podes reduzir de alguma forma mas que tens de manter para uma vida digna.

  • Desejos - Aqui enquadram-se todas as outras coisas que não precisas mas que queres comprar para ter uma vida confortável. Neste grupo incluem-se coisas como jantares fora, férias, mensalidade do ginásio, etc. Pensa nesta categoria como as coisas que tu podes fácil e rapidamente anular em caso de necessidade.


Ativos


Os teus ativos são todas aquelas coisas que tu tens e que são dinheiro ou que podem ser convertidos em dinheiro. Há algumas coisas que são claramente ativos como, por exemplo, a tua carteira de poupanças e investimentos ou imóveis arrendados. No entanto, há outras que são mais discutíveis para quem já leu o livro "Pai Rico, Pai Pobre" do Robert Kiyosaki. Por exemplo, a casa onde vives ou o teu carro na perspetiva do livro não são um ativo porque são produtos que todos os meses te tiram dinheiro do bolso, e isto é verdade, claro. O teu carro é algo que te consome dinheiro, através da prestação, seguro ou impostos. No entanto, também é verdade que podes vender o teu carro e transformá-lo em dinheiro e é esta a abordagem que estou aqui a referir. Se tens algo que podes vender e transformar em dinheiro, então é um ativo teu. O resto é uma questão de cash-flow positivo ou negativo.


Passivos


Se os ativos são tudo o que tens, então os passivos são tudo o que deves. Aqui enquadram-se todos os teus créditos, sejam habitação, automóvel ou cartão de crédito. Pensa em todas as dívidas que tens e elas são o teu passivo.


Deves ter em atenção que nem todo o crédito é mau já que, se for bem usado, pode trazer bons resultados e acelerar o teu percurso. Sugiro que leias o artigo Crédito: O patinho feito das finanças onde falo disto com mais detalhe.

 

Em resumo, os teus pontos cardeais das finanças pessoais são Rendimentos, Despesas, Ativos e Passivos. Apenas o conhecimento de cada um deles e o seu controle te vão permitir ter as tuas finanças em dia e alcançar os teus objetivos, sejam eles quais forem.


Para mais informações sobre este tema, convido-te a ler o artigo Como fazer um orçamento? ou então a assistir a uma das Masterclass de Orçamento Pessoal onde tudo isto é falado em muito mais detalhe.

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